A Dona Maria de Lurdes foi ontem a enterrar.
O sr. padre Manuel fez um bonito elogio da finada e referiu-se às facilidades resmungadas dos professores actuais versus as dificuldades suportadas com humildade pelos professores antigos.
Distinguiu entre trabalho e emprego, que a visão moderna da economia, qualquer que ela seja, confunde ou hierarquiza (primo emprego, depois trabalho)...
Referiu ainda que, mesmo sem grandes instalações, (que nem sempre as havia) desde que houvesse professor mesmo gente modesta podia aspirar a vir a ser padre, policia ou comerciante, doutor ou político. Deu o seu próprio exemplo, ensinado na arrecadação de uma eira, ali para os lados dos Carvalhais.
Era a escola possível e todos a aproveitavam o melhor possível.
Claro que não advogamos esse retrocesso... Mas onde estavam as pessoas da Ranha onde ela tinha ensinado durante vinte anos?
O sr. padre Manuel disse que eram poucos os seus conhecidos de lá que via presentes na igreja!
Sim e os de cá, os da Vila também não eram muitos.
Dos que vi só reconheci antigos colegas da escola, ja de cabelos brancos ou grisalhos.
Conheci a Dona Maria de Lurdes Caldeira em 1983/1984 na Escola nº 1 de Pombal. Naquele tempo ainda não se tinha inventado o 1º Ciclo do Ensino Básico. Era, e devia ter continuado a ser, a Escola do Ensino Primário, o ensino primeiro, o essencial, o que marca, o que imprime carácter.
A dona Lurdes tinha um especial pendor para os filhos dos senhores importantes de Pombal, toda a gente sabe isto. O que não sabem é que ontem, enquanto ela era levada encosta acima para o lado do Castelo, não se viram nem os senhores importantes, nem os seus queridos filhos. Fora da família, só pude vislumbrar professores, muitos também já aposentados, que seguiam respeitosamente o seu féretro.
Mas seria de esperar outra coisa?
Era uma pobre velha já retirada, arrecadada num lar de terceira idade, sem influência na sociedade ou na política. Para quê perder tempo? O que é que se ganhava com um último adeus a um ser humano carregado de qualidades e defeitos?
Pois, é assim... ser-se humano é ter perfeições e imperfeições, mas ...
O sr. padre Manuel fez um bonito elogio da finada e referiu-se às facilidades resmungadas dos professores actuais versus as dificuldades suportadas com humildade pelos professores antigos.
Distinguiu entre trabalho e emprego, que a visão moderna da economia, qualquer que ela seja, confunde ou hierarquiza (primo emprego, depois trabalho)...
Referiu ainda que, mesmo sem grandes instalações, (que nem sempre as havia) desde que houvesse professor mesmo gente modesta podia aspirar a vir a ser padre, policia ou comerciante, doutor ou político. Deu o seu próprio exemplo, ensinado na arrecadação de uma eira, ali para os lados dos Carvalhais.
Era a escola possível e todos a aproveitavam o melhor possível.
Claro que não advogamos esse retrocesso... Mas onde estavam as pessoas da Ranha onde ela tinha ensinado durante vinte anos?
O sr. padre Manuel disse que eram poucos os seus conhecidos de lá que via presentes na igreja!
Sim e os de cá, os da Vila também não eram muitos.
Dos que vi só reconheci antigos colegas da escola, ja de cabelos brancos ou grisalhos.
Conheci a Dona Maria de Lurdes Caldeira em 1983/1984 na Escola nº 1 de Pombal. Naquele tempo ainda não se tinha inventado o 1º Ciclo do Ensino Básico. Era, e devia ter continuado a ser, a Escola do Ensino Primário, o ensino primeiro, o essencial, o que marca, o que imprime carácter.
A dona Lurdes tinha um especial pendor para os filhos dos senhores importantes de Pombal, toda a gente sabe isto. O que não sabem é que ontem, enquanto ela era levada encosta acima para o lado do Castelo, não se viram nem os senhores importantes, nem os seus queridos filhos. Fora da família, só pude vislumbrar professores, muitos também já aposentados, que seguiam respeitosamente o seu féretro.
Mas seria de esperar outra coisa?
Era uma pobre velha já retirada, arrecadada num lar de terceira idade, sem influência na sociedade ou na política. Para quê perder tempo? O que é que se ganhava com um último adeus a um ser humano carregado de qualidades e defeitos?
Pois, é assim... ser-se humano é ter perfeições e imperfeições, mas ...