25 de Abril de 2006
Hoje devia sentir-me alegre, feliz!
Devia?
Se eu sinto que o 25 de Abril de 1974 foi um logro, como posso sentir-me feliz?
O meu País está hoje melhor que em 1973? Sou mais livre que nesse longínquo ano?
Não, como pessoa não sou!
Só os políticos ganharam a liberdade de, tal como os anteriores, continuarem a explorar o povo. Substituíram a ditadura personalizada pela ditadura democrática e maioritária. O povo continua docilmente a bater palmas mas o fosso entre os que têm e os outros, continua a crescer, cada vez mais intransponível.
Talvez, desde 1985, os sucessivos governos têm agido como “Comissões Liquidatárias do 25 de Abril” Como hei-de, pois, alegrar-me?
Senhores Capitães de Abril devolvam-me a minha liberdade. Evitem que eu tenha tanto medo de ser politicamente incorrecto e, por isso, sofrer no corpo, na alma ou na família, a raiva perseguidora das maiorias.
publicado por MaiaCarvalho às 12:17

19 de Abril de 2006
Quando recebi a notícia de que Francisco Adam, o "Dino" dos Morangos com Açúcar tinha morrido, fiquei um bocadinho chocado, «pois não é todos os dias que um actor de telvisão morre num acidente de automóvel.» Acho que vamos sentir a falta de le no Morangos com Açúcar.

Comentário lido hoje num blogue do Sapo!
publicado por MaiaCarvalho às 21:17

Todos os dias, nos jornais, podemos maravilharmo-nos com notícias, episódios, apontamentos que retratam a Decadência da Cultura Ocidental.

Hoje aponto só dois:
A Inauguração do Casino de Lisboa e uma noticia hollyodesca.

Era o que mais falta nos estava a fazer – Um casino!
Então e a crise? Não há dinheiro? Então como é que os promotores, e o próprio Estado, prevêem ir lá sacar tantos milhões?

É, um artista de cinema, Tom Cruise, anunciou que pretende comer o cordão umbilical e a placenta do bebé que espera de Katie Holmes, por uma simples razão – ele acha que comer a placenta é bom e muito nutritivo.

Que mais nos irá acontecer?
publicado por MaiaCarvalho às 18:44

16 de Abril de 2006
O Acórdão da polémica.
(Citação parcial):
«Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça
06P468
1. Para a caracterização do crime de maus-tratos, previsto no artigo 152.º, n.º1 do Código Penal, importa a aferir a gravidade da conduta traduzida por crueldade, insensibilidade ou até vingança.
2. A reiteração é, na maior parte das vezes, elemento integrante destes requisitos mas, excepcionalmente, o crime pode verificar-se sem ela.
3. Castigos moderados aplicados a menor por quem de direito, com fim exclusivamente educacional e adequados à situação, não são ilícitos.
4. Devendo, no entanto, ter-se consciência de que estamos numa relação extremamente vulnerável e perigosa quanto a abusos.»
(Fim de citação)

Que barulheira sobre um acórdão do Supremo Tribunal de Justiça!
A comunicação social – jornais, rádios, tevês – todos se apostam em achar a douta resolução dos juízes uma palermice politicamente incorrecta.
Aqui D’el-rei que o STJ advoga espancamentos de crianças, que o STJ não tem em conta o estado de enfermidade dos deficientes, etc., etc.
Desde menino que me habituei a que quando a turba ulula alguém esta a tentar metê-la na ordem!
Por via das coisas dei-me ao trabalho, eu que nem aprecio nada a leitura de documentos jurídicos, de ler todo o acórdão.
Não encontrei nenhuma descriminalização dos maus-tratos, antes pelo contrário, nem a negação ou absolvição de qualquer crime.
O que ressalta do texto é um grande bom-senso, uma delicadeza enorme na apreciação de um caso relacionado com crianças, um discorrer que me parece justo sobre as acções de uma auxiliar, graduada em responsável de serviços numa Instituição, embora não lhe poupe epítetos de malvadez, ignorância, incompetência (para o cargo de supervisão) e outros mimos. Releva-lhe, no entanto, a boa vontade, o espírito de entrega à função e as más condições em que tinha de trabalhar.
Claro que estava fora deste caso saber como uma IPSS (tratava-se de uma IPSS) contrata e investe, em determinadas funções, pessoas não qualificadas para as desempenharem. O que é facto é que a auxiliar apanhou 18 meses de prisão mesmo que com pena suspensa e as banalidades eram isso mesmo: banalidades.

Já depois de redigido o texto os meus olhos pousaram num artigo sobre uma artista da moda comentando o seu papel numa novela actual em que tem de se confrontar com uma filha já crescida, muito mazinha.
Ela afirma ao jornalista as razões porque era impossível, na vida real, uma filha dela proceder daquela maneira e para justificar aponta o que para mim são as regras fundamentais de uma Educação Humana:
Autoridade, exigência, atenção e nunca valorizar as “gracinhas” dos filhotes

(Sobre Alexandra Lencastre in. “24 Horas” de 11 de Abril)

Exactamente o contrário do que vemos em muitas casas, nas escolas, nos cafés quando as crianças acompanham os paizinhos e/ou as mamãs. É que é difícil dar atenção, sem autoridade e exigência, por isso, compensam-se os pedidos de socorro por atenção (objectivamente atenção é igual a afecto) das crianças que a imploram, achando graça aos “disparates” dos bebés e dos meninos.
Nunca encontrei criança nenhuma que se portasse mal (em termos sociais) que não fosse exactamente para requerer a atenção/afecto dos adultos.
publicado por MaiaCarvalho às 18:35

13 de Abril de 2006
Que relação pode haver entre a Guerra do Iraque, a ascensão da homossexualidade e a renúncia ou incómodo das mulheres face à maternidade?
Terá isto algo a ver com a “pangea” social que se está a criar?
Como é que aqueles dados sociais podem indiciar a extinção da espécie “Homo sapiens” e a explosão do “Posthomo tecnicus”?

Quando Einstein escreveu a sua “carta ao povo do ano 6939” estaria ciente que o homem desse povo já não teria nada de humano?


- Transcrição:

«A nossa época é rica em espíritos inventivos, cujas invenções poderiam facilitar as nossas vidas consideravelmente. Atravessamos os mares pela força motriz, utilizando também a força motriz para aliviar a humanidade de quaisquer trabalhos musculares cansativos.
«No entanto, a produção e a distribuição de comodidades é inteiramente desorganizada, de modo que toda a gente vive no temor de ser eliminada do ciclo económico. Outrossim, homens que vivem em diferentes países matam-se uns aos outros em intervalos regulares, e, como resultado, todos aqueles que pensam no futuro têm que viver no temor.
“Isto se deve ao facto de que a inteligência e o carácter das massas são incomparavelmente inferiores à inteligência e ao carácter dos poucos que contribuem com algo de valioso para a comunidade”.

«Espero que a posteridade leia essas declarações com um sentimento de orgulho e superioridade justificada».

ALBERT EINSTEIN, Carta ao Povo do ano 6939 D.C.


Que posteridade? Ainda haverá, então, quem entenda esta classe de pensamentos?

É tão fácil fazer perguntas mas responder-lhes, quem pode?
publicado por MaiaCarvalho às 08:54

12 de Abril de 2006
Para escrever é preciso persistência…
Construir uma história não é o mesmo que redigir um texto. Posso redigir razoavelmente e ser um péssimo escritor… De igual modo pode haver grandes escritores que sejam medíocres redactores.

Vejamos o caso da minha escrita – “A Menina Zulmira”, que pretendo relatar?

Enquanto não tiver uma ideia clara do que pretendo contar não consigo engendrar uma história verosímil e com algum senso.
Mesmo para escrever uma história insensata é necessário perseguir um fito, ter uma intenção.

Sem isso não é possível escrever.
publicado por MaiaCarvalho às 18:57

Quem pretende escrever não pode pensar que já tudo foi escrito ou dito e que, por isso, não há mais nada a fazer.

Não sei se o acto de escrever, nestas circunstâncias, é um acto de coragem ou de cobardia.

Que pode interessar o que eu vou escrever se alguém em algum sítio ou em algum tempo já escreveu sobre isso?

O pior é que além de já ter sido dito ou escrito, foi-o muito melhor do que eu posso fazê-lo.

Se calhar é mesmo por despeito que não escrevo… Queria ser o melhor, o primeiro a dizer!

Sou mesmo muito vaidoso!

Será que não me enxergo?
publicado por MaiaCarvalho às 18:18

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